O projeto
Muito antes dos japoneses habitarem o extremo norte do Japão, uma grande ilha conhecida por seu clima rigoroso e uma natureza abundante (e por vezes gigante) já era lar de um povo muito antigo.
Os Ainu têm relatos incríveis sobre sua terra natal que podem ser curiosos, engraçados e também assustadores.
As narrativas ainu têm vários nomes; algumas das que são feitas em casa entre família ou mesmo entre as pessoas do kotan (aldeia/vila), muitas vezes ao redor do fogo, são chamadas uwepekere, o que podemos traduzir a grosso modo como “contos populares”.
Dessa forma, foram selecionados dois grupos de uwepekere recolhidos pelo etnólogo e nativo ainu Mashiho Chiri. São eles o Ezo obake retsuden (histórias sobrenaturais de Ezo) e o Anoyo no iriguchi (passagem para o outro mundo).
Entre essas narrativas, temos histórias de fantasmas, kamuy, heróis populares e mitos misturadas com alguns relatos populares de lugares e coisas, além de uma ou outra anedota típicas.
Todo o texto conta com preciosas notas feitas por Mashiho, que nos permitirão compreender mais da cultura Ainu.
Este livro está previsto para ter o tamanho de 14×21, papel pólen natural e aproximadamente entre 150 e 200 páginas, podendo ser alterado de acordo com a diagramação.
O livro contém:
Compilado 1: “Ezo obake retsuden”
- histórias de fantasmas de Ezo;
- contos de Pananpe e Penampe (irmãos heróis);
- contos e causos Ainu.
Compilado 2 “Anoyo no iriguchi”
- conceitos e palavras ainu sobre o submundo;
- três narrativas longas sobre passagens para o submundo.
A tradução é feita diretamente do japonês, conforme foi registrado por Mashiho Chiri.
Por se tratar de um povo um tanto isolado geograficamente, poucas pessoas conhecem os Ainu e sua cultura, cujas referências são limitadas a materiais de estudos antropológicos, geralmente em japonês.
No entanto, eles são o mais próximo do que poderia ser do primeiro povo autóctone do norte do Japão, tendo, assim, milhares de anos em sua formação.
Além disso, existe uma história centenária de resistência, uma vez que o povo Ainu foi subjugado pelo império japonês várias vezes em sua história, tendo como o ápice a anexação da ilha de Hokkaido. Com isso, os ainu foram impedidos de se manifestar culturalmente, as tatuagens foram proibidas, a língua e as cerimônias religiosas também. Felizmente, secretamente eles resistiam como podiam, e apesar de passar por um tempo em que se acreditava que não mais existiam, aos poucos, com o fortalecimento das politicas mundiais em favor dos povos indígenas, eles também foram se recuperando.
Somente em 2008 o parlamento japonês os reconhece enquanto grupo indígena, mas somente em abril de 2019 o Japão formalmente realiza tal reconhecimento.
Foram centenas de anos de preconceito aberto e sem seus direitos garantidos. Hoje, felizmente, existem várias associações, museus e membros ainu presentes na sociedade japonesa que não precisam esconder suas origens.
Nós já publicamos vários contos da cultura Ainu em coletâneas de contos orientais (a saber, Raposas, Gatos, Horror oriental, Horror oriental 2, Contos fantásticos japoneses, Irui kon’in no mukashi banashi, além do conto da Assinatura Do lendário ao raro, “Hoku kamuy”).
Agora queremos publicar um material inteiramente da cultura ainu, algo INÉDITO no Brasil, e no caso desse livro, inédito em língua portuguesa.
Além do livro, preparamos algumas recompensas exclusivas para apoiadores da campanha:
RECOMPENSAS FÍSICAS
BANDANA: Bandana de 40x40cm com arte inspirada na cultura ainu. Recompensa exclusiva do Catarse.
MARCADOR METALIZADO: Marcador colorido frente e verso de 5×18, com cobertura metalizada na frente. Arte exclusiva.
IMÃ: imã de geladeira de aproximadamente 6x3cm, com a imagem da coruja, também chamada Cikap kamuy, um importante símbolo da cultua ainu.
BUTTON: Button com um padrão muito usado no bordado Ainu, juntando as formas moreu e ayusi, ou seja, espirais e chifre.