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Dois Contos, W. Teca

“Aventurar-se pelos caminhos de Dois Contos é, antes de mais nada, adentrar as possibilidades mais refinadas da Linguagem, seja com a apurada emulação da retórica periférica, popular e de fala de Conga na Boca do Cachorrão, seja com o requinte estético de Antes Mal Acompanhado Do Que Só. Em ambos, um quê de literatura marginal, alçada a um novo patamar pelo esmero com que W. Teca constrói – no cuidado justamente com o que os meandros da expressão escrita podem alcançar por meio do olhar atento aos lugares de fala – um mundo permeado de álcool, sexo e violência, ao mesmo tempo que recheado de uma poesia crua e seca, revelando uma beleza ríspida, por assim dizer, mas completamente condizente com o topos retratado nos contos. Uma beleza que choca e transfigura – e da qual Teca garante que não saiamos incólumes.”

Filippo Mandarino

Nas palavras do professor de Literatura e autor Daniel Osiecki no blog Quase Crítica da Bem ParanáDois contos (Teca curte umas leminskadas que eu sei!) flerta muito com aquela tradição da literatura pulp bukowskiana, um tanto à Jonh Fante, com prostitutas, muito álcool, muito sexo, muita porralouquice. O primeiro conto já nocauteia o desatento leitor sensível pelo título (oh, almas puras!), Conga na boca do cachorrão, que narra as incursões de um pária da sociedade pela noite (curitibana?) envolto numa atmosfera brumosa que, à medida que a narrativa vai avançando e o narrador vai ficando mais bêbado, seu raciocínio também vai se tornando cada vez mais turvo. Esse anônimo ergue a bandeira de todos os estereótipos do macho alfa periférico, ou seja, tosco, homofóbico e machista, e suas incursões por um terreno que não é o seu o levam sempre à iminência de um fim trágico. “